17 maio 2018

Não precisa!

Pois, vamos aproveitar essa folguinha entre um jogo e outro para falar de um assunto que quero abordar desde a semana passada, quando surgiu um papê furadê daqueles de justificar o injustificável (mais um!) de que o Grêmio, hoje, "não precisa mais" da Arena. Dava-se a entender, inclusive, que até era bom que o Grêmio não tivesse sua administração.
Como bom doido que sou e, como diz o Renato, sempre pensando lá na frente, comecei, lá em 2015, a fazer o registro da bilheteria, sabendo que o embrolho ia seguir e iria surgir esse conversê molê. Ainda farei o levantamento dos anos anteriores, 2013 e 2014, porque temos todas as fichas técnicas, desde 2011. Mas, para esse tópico, fiquemos com o que temos: 2015, 2016, 2017 e 2018.
Os valores de bilheteria da Arena, nesses anos, são os seguintes:
- 2015: R$ 19.571.197,55;
- 2016: R$ 20.174.921,00;
- 2017: R$ 23.644.566,00;
- 2018: R$ 7.794.846,00.
O total dá R$ 71.185.530,55. É bom dizer que esse valor é valor LÍQUIDO, considerando uma entrevista do Bolzan em que ele afirma que o custo por jogo, na Arena, chega a R$ 250.000,00. Coloquei, nas planilhas, R$ 350.000,00 por jogo e cheguei a esse total aí. O bruto chega a R$ 110.835.530,55.
No papagaiês da semana passada, afirma-se que o custo mensal da Arena chega a R$ 900.000,00. Concluí que isso não inclui os jogos e cheguei a um custo de R$ 10.800.000,00 por ano. Em teoria, esse valor deveria ser retirado daquele lucro líquido, ali de cima. Mas o povo da chapa branca esqueceu de colocar no cálculo a grana que o Grêmio repassa à ARENA, mensalmente, a título de ressarcimento pelo acesso dos sócios, e que em 2018 está em R$ 18.000.000,00. Na verdade, em vez de TIRAR R$10.800.000,00, seria necessário ACRESCENTAR R$ 7.200.000,00...
É bom lembrar que esse valor de R$18.000.000,00 é valor DE HOJE, 2018. Porque, se lembro bem da renegociação do Koff, isso começou em R$ 24.000.000,00 e vai regredindo até chegar a R$12.000.000,00, quando estabiliza e fica nisso.
Como o Grêmio é uma mãe, e uma mãe charolesa, eu poderia desconsiderar esses valores. Mas não vou, de raiva por conta do papagaiês. Assim, pela média, vou ficar com esses R$ 7.000.000,00 anuais, multiplicar por quatro e acrescentar R$ 24.000.000,00, ficando com um total de R$ 95.185.530,55 para esses quatro anos (três e meio, para ser mais exato).
O Grêmio, de fato, não está precisando desse dinheiro, vendendo o Arthur por R$ 120.000.000,00, para ficar com a metade disso. Ou vendendo, como no ano passado, o Pedro Rocha por R$ 48.000.000,00, a dinheiro DE HOJE, para não ficar com tudo, também. Clube coisa é outra rico, meu nobre!
Isso aí é BILHETERIA! Não inclui venda de camarotes, cadeiras gold, nem publicidade estática. E também não inclui o faturamento dessas porcarias de shows que me esculhambam a merda do gramado.
Eu tenho que ter um carimbo de trouxa na testa, mesmo! Só pode!

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E é POR ISSO que, quando entram aqui, os chapa branca pira!

13 comentários:

  1. Eu achava que a esta gestão tinha sobrado a idoneidade...

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  2. O que tem a ver com a idoneidade da gestão? Isso só quer dizer que o Grêmio esta perdendo muito dinheiro com a Arena.

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    1. Amigo, publiquei, da próxima vez te identifica ou seu comentário será excluído antes mesmo de ser publicado.

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    2. Se o gestor de uma empresa sabe que a empresa está perdendo dinheiro, ou o gestor é incompetente ou não é honesto.
      Simples assim...

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    3. A gente peca por ação ou por omissão. De qualquer forma, peca.
      Em que pé está esse negócio? Termina em 31 de dezembro de 2032 ou os vinte anos estão contando a partir da renegociação do Koff? Quem está levando esses cem milhões desses últimos quatro anos? Ou o Grêmio retomará a gestão em 2020, quando acabam as parcelas do financiamento dos bancos? E quem está pagando esse financiamento? Está em dia? Ou foi refinanciado, a partir da falência da OAS? O Grêmio está recebendo seu percentual dos lucros? Mensalmente? Anualmente? Ou não está recebendo? E, se não está, QUEM está? Como está a situação da venda dos naming rights, que transformariam o Grêmio no novo Barcelona? Ou a situação não está?
      Eu nem falei em idoneidade da gestão, e sei que estás respondendo ao comentário do Roberto, ali em cima. Mas É IMPOSSÍVEL falar em idoneidade da gestão com tantas perguntas sem resposta, em um assunto DESSA MAGNITUDE!
      É a falácia do Deus invisível: não se pode provar que Deus existe porque o debatedor não pode provar que ele não existe. Assim, eu não posso provar que a gestão é inidônea pelo simples fato de não poderes provar que é idônea, e a recíproca é verdadeira.
      Por enquanto, a única coisa que podemos concluir, e devias, também, pensar assim, porque É O ÓBVIO, é que a coisa CHEIRA MAL!

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      E vou ressaltar, NOVAMENTE: estou falando de BILHETERIA DIVULGADA e custos INFORMADOS assim, de forma aleatória, sem planilha para mostrar que estão certos. E SUPERFATURANDO, para que não haja reclamação de quem defende essa BANDALHEIRA!
      E que eu não estou trazendo, porque não os tenho, números sobre faturamento com publicidade (estática ou não) e com essas patifarias desses shows nojentos que me esculhambam o gramado para o que ME INTERESSA, que são os jogos do time!
      Em um negócio como o Grêmio e seu estádio, não se pode falar em custo por jogo de "mais ou menos 250 mil" nem em custo mensal da Arena "em torno de 900 mil"!

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      Além disso, vou dizer que eu já vi, inclusive no SporTV, no mínimo DOIS COMERCIAIS DE TELEVISÃO que foram filmados na Arena.
      E ALGUÉM levou grana nessa função!

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      Por último, a pergunta MAIS IMPORTANTE, porque do contrário fica parecendo que a gente só está preocupado com que esse ou aquele esteja levando jabá, quando na verdade o que me preocupa (e, tenho certeza, a todos que participam das nossas discussões) SÃO OS INTERESSES DO GRÊMIO!
      Assim, vamos a ela: QUE MEDIDAS ESTÃO SENDO TOMADAS PELA GESTÃO PARA SOLUCIONAR ESSA MERDA?!

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      E não me venham com "não podemos falar por causa do sigilo das negociações".
      Primeiro, porque o tal de Seu Sigilo, até agora, não resultou em coisa alguma! Com o Tio Sigilo ou sem o Tio Sigilo na parada, CONTINUAMOS NA MESMA!
      Segundo, porque, e isso é o tal do ÓBVIO ULULANTE do Nélson Rodrigues, sigilo é para negociação entre dois entes privados! E os interesses do Grêmio NÃO SÃO PRIVADOS, porque envolvem a paixão de milhões de pessoas e que bancam essa paixão COM DINHEIRO!
      Empresa privada que se meteu nesse negócio deveria saber disso desde o início!

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  3. Este custo da arena mensal de R$900.000,00, tem planilha demonstrando?
    O custo por jogo de R$250.000,00 tem planilha demonstrando?
    Eles exibem tudo que é arrecadada entre bilheteria e os produtos superfaturados que eles vendem na arena em dias de jogo?
    Eu desconfio de todos os numeros que sao divulgados como custo, pois nunca vejo eles divulgarem as planilhas.
    O custo mensal da arena que foi falado se nao inclui os dias de jogos, é muito estranho.

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    1. Mas, Pedro, vê se tu concorda comigo: se estou considerando só os números informados, e ainda por cima superfaturando custos, a coisa não chega a ser pior que o meu relato?
      Sem qualificar esses números, temos uma perda de, até aqui (estamos na metade do ano, com os principais torneios a disputar e, portanto, possibilidade de rendas maiores, em andamento), VINTE E CINCO MILHÕES DE REAIS/ANO!

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    2. Entendi.
      Não estou discordando de vc.

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    3. Eu sei. Mas temos, eu, tu e o resto do pessoal, que fazer os cavalos pensar. Aí precisamos encompridar o assunto...
      Entendeu?

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  4. Sem discordar dos números, é preciso comparar o quanto se arrecadava com o Olímpico em bilheteria e mensalidade - inclusive com modalidades de sócio que não existiam antes da Arena. Outra detalhe é o custo de construção do estádio. Quanto custou pra fazer? É um dinheiro que o Grêmio não teria, como nenhum outro clube tem - os que ganharam estádio foram com as mamatas da Copa.

    O clube hoje usufrui de um estádio moderno, que permite entregar o produto futebol em outro patamar de conforto, comodidade e preço - porque hoje se cobra muito mais por sócio.

    Também se pode argumentar que sem a Arena o Grêmio talvez não chegasse a esse nível de estruturação como clube tão cedo. O saldo institucional de cinco anos da Arena veio com títulos e arrecadação recorde. Será que isso não vale 95 milhões em quatro anos - de acordo com o teu cálculo? É de pensar...

    Tu mandou bem com os números disponíveis. Mas é praticamente impossível criticar ou elogiar o contrato sem saber quanto arrecada com publicidade, camarote e outros. No que a gente sabe, o Grêmio arrecada muito mais com sócio por causa da Arena, mesmo tendo que repassar esses 18 milhões por ano.

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    1. Vinnie, toda novidade alavanca o número de clientes interessados, em qualquer negócio. Mas, se a atividade-fim não funciona, esses clientes acabam sumindo, passada a fase de novidade.
      A Arena alavancou o número de sócios, sim. Mas, não funcionando a atividade-fim, esse número despencou para 45 mil no início de 2015, com dois anos completos de estádio novo.
      Hoje, com o time funcionando e a atividade-fim a pleno vapor, já bateu na casa de CEM MIL, se já não passou (não fico acompanhando número de sócios, porque não sou colorado. De tempos em tempos procuro me informar, para saber se a coisa está andando, e não passa disso).
      Mas, de fato, faltam dados. E a culpa pela falta de dados, vê só, é DA DIREÇÃO.

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      Eu discordo dessa parte aí de "o clube usufrui". A relação Grêmio-Arena é PARASITÁRIA, quando deveria ser simbiótica.
      O Grêmio continua sendo o Grêmio sem a Arena. A recíproca NÃO É verdadeira. A Arena MORRE sem o Grêmio. Eu já disse isso, aqui. Se não é verdade, entreguemos para o Zequinha e vejamos no que dá ao final de um ano!

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      E discordo, fraternal mas frontalmente, do final. O Grêmio não arrecada muito mais com sócio por causa da Arena. Arrecada porque voltou a ser um time vencedor.
      Como eu disse ali em cima, O GRÊMIO faz a Arena, não o contrário. Isso não pode ser confundido.

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  5. O foco do Guto é a questão de valores, mas não podemos deixar de citar o problema enorme que o torcedor está enfrentando para assistir ao jogo. Funcionários da EPAVI dificultando a entrada; biometria exclusiva no setor da Geral, o que não impediu de um imbecil entrar com um sinalizador; extensas filas para acesso em dia de jogos, o que faz com que o torcedor chegue em sua cadeira muitas vezes após o início da partida; ingresso caro; crianças tendo de pagar ingresso mesmo quando não ocupa uma cadeira; falta de um sistema de check-in check-out. Enfim, são inúmeros problemas que tem afastado o torcedor Gremista da Arena, mesmo com a excelente fase do time em campo.

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