08 janeiro 2014

Como joga a Escola Gaúcha? Ajudem a Elaborar um Conceito Tático Para o Grêmio (e não lá no Posto Ipiranga).

Eu estava escrevendo um post para exemplificar os times do Tite para o Jonas, ao tempo que esbravejava mentalmente com essa demência pensada pelo Enderson e Rui Costa, saiu esse esquema da Escola Gaúcha de futebol. Fui lembrando dos times do Grêmio que vi, dos times de técnicos gaúchos que eu assisti, o que vocês acham? Quem sabe depois de montarmos um padrão do conceito de escola gaúcha de time (vamos editando, pode ser que eu tenha elencado muita coisa incorreta), mandamos pra ouvidoria para aporrinhar eles novamente.

Eis o fato:
Como joga a Escola gaúcha? Todo o time jogando fechadinho, todo mundo marcando junto, o primeiro dando o bote e o segundo na cobertura, naquele velho estilo da escola gaúcha de futebol. Os jogadores marcando desde o centroavante até o goleiro (sim, ele pega a sobra e se precisar sai para marcar o atacante naquela bola quase no escanteio).
E o resto?
Toque curto, preciso, entrelaçando o time, jogadores unidos e comprometidos, que se conhecem em cada pedacinho do campo, os zagueiros conhecem o goleiro, esse trio é quase composto por irmãos, praticamente nasceram juntos, e os laterais confiam tanto nos zagueiros que se jogam de costas de olho fechado sabendo que o zagueiro vai pegar no colo.

ISSO É UMA ZAGA DA ESCOLA GAÚCHA! Ela não tem furos. E a saída de bola é natural, porque o presidente não contrata nenhum Pará ou Werley que não sabem dar passe pro lado. O pior membro possível de uma zaga dessas são membros inexperientes como Alex Telles ou Bressan, meninos inseguros e meio TOSCOS, mas NÃO RUINS.

E o meio? O volante é um cão de guarda inteligente, incansável, que protege a zaga, corre muito, tem um ótimo passe porém a principal característica dele É A INTELIGÊNCIA (e por isso não pode ser o Edinho, KOFF).  Esse cara se comunica com a zaga, ele é o grande cérebro do time, é a grande mente, o intelecto, se ele for o Edinho, FUDEU. E ele não pode ser PIANO, como quer o BURRO DO ENDERSON. Ele não pode ser sobrecarregado, suas funções são de cobertura e conexão, ele pensa a saída de bola, amacia e sai fora.

O Camisa 8. Mentor, uma posição que mudou ao longo do tempo. Antigamente era um cara lento, estilo Goiano e Elano. Caras que tinham menos velocidade e um passe perfeito, mais calmos. Hoje com a velocidade do jogo, o teu camisa 8 precisa ser um cara muito rápido porem com as mesmas características de antes, com um ótimo passe e com a chegada a frente, esse jogador mudou. Hoje, ele é mais estilo Riveros, Souza, Ramiro.  O 5 prepara o jogo para ele acelerar e levar pro 10. Eles PRECISAM se entender.

O 10. É o Açucareiro. O açucareiro precisa ser habilidoso e inteligente, ele vê o que ninguém vê. É difícil ter um craque, mas é possível ter um quase craque. Basicamente esse cara precisa de alguns atributos, que não são muitos mas são muito difíceis de encontrar em um jogador: drible seco, limpar a jogada, passe final, visão de jogo, se não tiver isso esqueça, ele não é 10, caso do Zé Roberto e Elano. Dois acréscimos seriam ele ter uma boa finalização e bater bem faltas o que é mais raro ainda, velocidade também é algo mais raro.

Chegamos ao ataque. Posição complicada, onde já quebrei a cabeça muito. Não gosto de baixinhos, porém Paulo Nunes, Marcelinho Paraíba e Jonas me fizeram rever o conceito, inclusive acho que fariam grande dupla (mesclados entre eles é claro). Dessa forma, apesar de gostar de centroavante grandalhão, o melhor técnico que eu já vi, Felipão, me ensinou que o melhor atacante é aquele que faz gol.
Creio que ao menos 1 deles precisa ser rápido e ambos precisam saber fazer tabela, nunca vi ataque sem isso, é bom que um deles faça pivô, só que novamente Paulo Nunes e Zé Alcino quebraram essa regra.
Novamente, a regra é, o bom ataque é aquele que faz gol, desde que um dos atacantes seja rápido e habilidoso. É claro que não existe ataque sem jogador que saiba dar assistência e concluir no gol, requisitos básicos.

Se alguém concorda envie essa merda pro Rui Costa e pro Enderson Moreira, pro Mabília. Vai que eles aplicam isso. Ou ao menos se tem alguma base, vamos aprimorando e encontrar um conceito tático com a cara do Grêmio, porque essa palhaçada que o cara quer fazer transformando o Grêmio em Goiás, é foder com o cu do palhaço, e no caso, palhaço somos nós.

15 comentários:

  1. Marcação sob pressão em toda a largura do campo, mesmo que as costas dos laterais fiquem desprotegidas.

    Tite fez muito isso, daí que surgiu o 3-5-2 de 2001. Felipão na copa de 2002 também, daí a necessidade dos 3 zagueiros.

    Se levar contra ataque, paciência, times perfeitos em todos os sentidos são poucos.

    Não é faceirice, é marcação forte, porém adiantada. Roubando a bola mais perto do gol adversário é melhor.

    Bola apertada antes da metade entre a área e o meio de campo, BALÃO! Bola longe do gol é menos chance de levar.

    Proibir o chuveirinho, cruzamentos da intermediária. Mandar buscar sempre a linha de fundo, tanto laterais como meias e atacantes de flanco. No mínimo tem que estar da metade da grande área pra frente.

    Cobrar escanteio pra que a bola chegue alta, em condições de cabeceio, próximo à marca do penalty, ali a "bagunça" é maior. Muito fechado facilita pra defesa, muito aberto dificulta o arremate.

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  2. O Jonas tinha 1,80m. Longe de ser baixinho. Eu acho que futebol gaúcho (e excluo o Inter aí porque eles tem uma tendência a enfeitar mais, acariocar um pouco mais) significa, time compacto, zaga alta e que jogue sério, com ao menso um dos zagueiros sendo refinado, mas sério, laterais vigorosos que marquem e apóiem (apoiar não significa necessariamente cruzar), meio-campo em que todo mundo jogue e marque, e atacantes com habilidade e força (não necessariamente precisa de um centroavante fincado), mas é essencial que ambos tenham capacidade de marcar gols. Deve sabe utilizar o lançamento longo (mas não abusar deste) como uma forma de transição rápida para o ataque e também ter jogadas e treinamento prevendo o uso de bola aérea, seja em cobranças seja com o jogo correndo, pois considero a melhor maneira de furar uma retranca uma sucessão de lançamentos para a área, estilo blitzkrieg, com recuperação rápida da bola, caso esta seja cortada pela zaga adversária. O tipo físico deve antes de tudo privilegiar altura e força, embora esse não deva ser regra geral, havendo sim, espaço para habilidade.

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    1. Isso aí é basicamente a escola alemã, que norteou o futebol vencedor do Grêmio.

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    2. Boas características que esqueci, os laterais, a zaga alta, o apoio dos alas, a transição rápida da defesa para o ataque sem totoque (creio que influencia do futebol alemão, será?) E PRINCIPALMENTE que tu bem lembrou, o vigor físico do time.

      Isso é algo que sempre foi característico do Grêmio, times incansáveis, de jogadores fortes que em razão da potência e da força sempre ganharam as bolas aéreas e se impuseram nas divididas.

      Por esses recortes podemos ver como o time da Libertadores do ano passado estava errado, e assim que esse time se aprontar podemos analisar. Ano passado pelo Zé Roberto, Elano, Cris, Pará, Vargas, Barcos, Dida, André Santos. Um time velho,lento, fraco. O único novo aí é o Vargas mas muito baixo, perdia muita bolas na dividida.

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    3. Por essas e outras que eu defendia a permanência do Marcelo Moreno. O Barcos parece que tem uma anemia fequeciosa.

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  3. Fora do assunto: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2014/01/empresario-de-kleber-diz-que-direitos-de-imagem-no-gremio-estao-atrasados-ha-quatro-meses-4384306.html

    De repente até seria uma boa idéia deixar atrasar 3 meses e o Kléber rescindir o contrato. Aí depois negocia, parcela os atrasados, e se livra dos salários futuros. O valor pago? azar, nunca seria recuperado mesmo....

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    1. Andei discutindo isso na comunidade da Arena. Provavelmente a rescisão unilateral pro falta de pagamento não isenta a responsabilidade do clube de cumprir integralmente o compromisso financeiro até o final. Não foi assim com o Traíra no Flamerda?

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    2. Aí já não sei.

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  4. Fui fazer o tur na Arena hoje. Vou escrever algumas observações e enviar para o e-mail do Guto.

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    1. Como eu te conheço, sei que deves ter fotos para colocar. Mandei um convite para o teu e-mail antigo, que tinha nos tempos de autor. Aceita lá e já podes fazer o tópico aqui, mesmo.
      Depois te excluo, se for o caso.

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  5. Vocês viram a notícia de que o Grêmio pretende abrir um novo condomínio de credores? Cara é desgraça que não acaba mais.

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  6. Já falei por aqui antes que sou do tempo do mimeógrafo.
    Em consequência, também sou do tempo em que para ganhar de um time de SP ou do RJ precisava ocorrer o alinhamento de uns 15 planetas, todos os conhecidos e os ainda por descobrir.

    A enorme diferença de qualidade técnica, fruto da brutal diferença de grana investida, fez com que a gente tivesse que procurar maneiras de tentar enfrentar [nem digo equilibrar] times que tinham Pelé, Garrincha, Didi, Ademir da Guia, por aí.

    Assim, a propalada Escola Gaúcha [ou Escola Gremista] era a resposta possível em competitividade naqueles tempos duros.
    E assim foi formada a escola da marcação dura, da garra, do chuta para o mato, que era a única maneira de enfrentar os do Eixo [e nem vou falar da Máfia de Preto, que era ainda mais vergonhosa do que agora].

    Isso começou a mudar no final dos anos 60, quando seguramos Alcindo e eles ali nos Eucaliptos também começaram a segurar seus melhores.

    Hoje, em situação um tanto diferente, apesar das estúpidas diferenças de verbas que ainda persistem, bem ou mal a situação mudou.

    Essa história de futebol retrancado, de 10 na área e um na frente, na minha opinião está totalmente superada.
    Era a situação emergencial de um tempo que, felizmente, não existe mais.

    Assim, não vejo nada de faceirice em ter um time EQUILIBRADO, com 5 na defesa, dois na sua proteção e 4 criando, armando e/ou concluindo.

    Tudo na vida evolui [ou deveria] e acredito que nós também podemos.

    Não é demais lembrar que a Argentina, que teoricamente tem a mesma “escola” nossa, teve um Maradona que era capaz de driblar a Seleção Inglesa inteira, mais a Rainha e os MPs, e ainda fazer o gol.
    E não é demais que o muito técnico Messi também é argentino.

    Ou seja, não digo que não devamos manter nossa tradição de raça, aplicação e marcação, mas não vejo razão para nos apegarmos no retranquismo doentio a ponto de definir como faceirice qualquer alternativa INTELIGENTE a ele.

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    1. (Por incrível que pareça) concordo contigo.

      Aliás, se formos pegar o último time campeão do Grêmio do Tite, veremos que ali já houve grande inovação, ao menos em relação a época de Felipão. È claro que algumas características são fundamentais, raça, vontade e etc. Mas que times são campeões sem isto? Até os mais faceiros dependem de fatores anímicos como isto.

      Não gosto de time faceiro, na dúvida até prefiro uma retranca amiga. Mas é óbvio que o ideal é um time equilibrado. E acho que as críticas ao Enderson sobre o SUPOSTO esquema (e escalação) que ele vai usar é precipitada, afinal ele nem botou o "time em campo" ainda...

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    2. O time do Tite se diferenciava dos do Felipão pela alta qualidade técnica reunida.

      Mas a marcação era pesada e adiantada. Eduardo Costa e Tinga corriam muito. Marinho e Anderson Lima davam pau até na mãe se fosse preciso.

      Zinho e M. Paraíba eram craques, o segundo sempre acompanhava o lateral adversário pelo menos até o meio de campo.

      Mauro Galvão era foda demais. Luis Mário era o "louco da torcida" que metia gol de tudo o que é jeito.

      Sobre time faceiro, raras exceções acontecem, como Santos de 2010/2011, que ali 50% do time era Neymar.

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