Da arte de parir bigornas

Quando saí da Linha Palmeira e fui morar em Candelária, desde sempre nosso vizinho foi um ferreiro - o Arvino Aggens (gente boníssima, no seu inconfundível sotaque de alemão e eu até hoje agradeço a Deus por conta da insistência do seu Romeu e da dona Wony em sempre corrigirem qualquer nuance de sotaqe).
E aprendi um pouco da arte de "templar" aços entre o fogo, a água e a areia.
O 3-5-2 como esquema - e é o meu preferido! - serviu para esconder as muitas limitações de um time. Mas, como é da lei, ao mesmo tempo serviu, por conta da adversidade, para desnudar as nossas (Grêmio) limitações.
O mesmo Werley que no final fez o gol, no 1º tempo conseguiu chutar em um jogador do Grêmio e quase propiciar um lance pastelão. E o Bressan resolveu negar o bê-a-bá do futebol e recuar uma bola pra área (para o Dida), como se não soubesse que o songo-mongo NUNCA sai em nenhuma bola. E foi o mesmo Bressan que depois do susto se recompôs defensivamente.
O mesmo Barcos que serviu o Souza se esmerou na arte de perder jogadas.
Para o meu gosto, o Grêmio deveria ter entrado com o Maxi - que entrou pilhado, mas pifou o Pará numa bola que revela sua capacidade técnica. E quando foi para entrar, creio que o ideal teria sido na vaga do Ramiro.
Tenhamos ciência de que o Grêmio será isso: um parto atrás do outro.
Sei que jogos como no próximo sábado contra a Ponte serão exercícios de paciência e de tolerância - mas é hora do Renato entender que nos jogos em casa o meio não pode ter Ramiro, Souza e Riveros. Que no jogo contra a Macaca (será politicamente correto chamar o time da Ponte de Macaca?) o Grêmio comece com Maxi compondo o meio de campo, para dar um toque de qualidade que hoje falta.
Não sei se vale a pena sonhar, mas ainda que alguns pensem o contrário, sonho com um Grêmio vencedor. Mesmo que seja com o Werley e o Pará, mas não tem como acreditar que chegaremos a qualquer lugar com o Dida.