Tem que ter responsabilidade...

Com a família, com o colégio, dentro de casa...

Eu torço muito por certo tipo de GENTE. Quando vejo princípios. Lembro bem de uma vez em que ouvi, meio assombrado, uma pessoa dizendo, ao tempo em que aspergia desodorizante pelo corredor, que "essa gente confunde pobreza com falta de asseio".

Pareceu-me, na época (eu era "um pouquinho" mais novo), uma coisa meio sem, digamos, empatia pelas mazelas dos menos favorecidos pela vida. Com o tempo, percebi que não era, e que a brincadeira, aquela, de que "a gente pode ser pobre mas ser limpinho", não deixa de estar certa.

Pois é. A gente pode ser humilde, ter passado por dificuldades na vida, mas continuar tendo princípios morais quando a sorte sorri para nós. Não precisa virar bandido lacaio e cuspir no prato em que comeu.

Olhando de longe (e BEEEEEM de longe, diga-se de passagem), eu tenho visto as atitudes dessa família que está se tornando o xodó da torcida, os Biteco. E tenho visto princípios sendo apresentados. Tenho visto um sentimento de família. Tenho visto um sentimento de "tudo a seu tempo". De não precisar colocar o carro na frente dos bois para ter da vida o que parece ser seu por merecido direito.

Posso acabar desmentido, mas não parece ser o caso. A comparação com a quadrilha dos MercenáR10s é obrigatória e, se alguém pensa que há alguma analogia, engana-se. É só perguntar para quem conhece. Para quem viu.

Essa Família Biteco parece ser uma família bem estruturada, com fraternidade e muito amor uns pelos outros. Com pai e mãe que cobram que os filhos não se tornem deslumbrados. Coisas como o pai levando os filhos para jogar futebol de salão pelo interior, em troca de alguns trocados e uma garrafa de cachaça na copa do ginásio, são coisas bem distantes da vida desses guris.

Vi, dias atrás, uma foto deles com o Tite. Vi, dias atrás, uma foto dos três. E vi, dias atrás, no terceiro gol contra o Bahia, a sincera alegria com que o Matheus, que deu o gol feito para o Guilherme, correu atrás dele até o lado do campo para abraçá-lo. E com que alegria o fez! Alegria inocente, de guri, de irmão, de pessoa sem inveja. Sem cobrança de "metade é meu".

E venho tendo, cada vez mais (com um pé atrás, sempre, porque, infelizmente, cachorro mordido por cobra...), com as entrevistas do pai desses guris, a noção de que, afinal, nem todo mundo é SAFADO nesse mundo! De que ainda parece ser possível tratar com GENTE. E torço cada vez mais por eles.

Isso, aliás, já tinha sido visto com o Andershow, por quem passei a torcer mais quando saiu do Grêmio que quando estava aqui, por paradoxal que isso possa parecer.

Esses guris Bitecos parece que serão, afinal, jogadores por quem irei torcer até o final de suas carreiras. Estejam onde estiverem (desde que não cheguemos ao extremo!)...

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A última, para quem quiser ver, está em:

http://www.correiodopovo.com.br/Esportes/?Noticia=506263