26 fevereiro 2014

Grêmio 3 x 0 Nacional - Fotos e alguns comentários sobre público, ingressos e etc.

Prosseguindo o debate sobre o preço dos ingressos e aproveitando o jogo de ontem como parâmetro, seguem algumas considerações:

Público Pagante: 31.586
Público Não Pagante: 2.054
Público Total: 33.640
Renda: R$ 1.595.910,00
Ticket Médio: R$ 50,52
Fonte: gremio.net

Acredito que a forte chuva que caiu 4 horas antes do jogo, tanto em Porto Alegre como na região metropolitana, bem como a instabilidade posterior do tempo (1 hora antes do jogo voltou a chover) afastou muitos torcedores, tanto sócios, como não-sócios, que comprariam ingressos na hora. Sem isto, acredito que chegaríamos nos 40 mil.

Foram postos 25 mil ingressos a venda, até o meio-dia de ontem, 14 mil haviam sido comercializados, expectativa com tempo bom eram mais 4 ou 5 mil vendas até a hora do jogo (o que não deve ter se concretizado). Estou atrás do número exato de ingressos vendidos, mas acredito que tenhamos superado um pouco os 15 mil.

Se fossemos simplistas, diríamos que o preço é alto, por isto sobrou cerca de 10 mil ingressos. Seria verdade, primeiro, se desconsiderássemos que a chuva afetou uma parte razoável do público que decide ir no jogo momentos antes (e aqui se imporia uma questão: se o ingresso fosse mais barato as pessoas enfrentariam a chuva?) e se não analisássemos setor a setor. Os setores Gramado (1º anel), bem como Superior (4º anel) tiveram venda superior a 90% (alguns setores se esgotaram), ao menos com base na consulta que fiz ontem a tarde no site da Arena Poa (o que se confirma nas fotos, sempre lembrando que muitos vazios são mais de sócios do que de ingressos não vendidos). Isto, para mim, descaracteriza o preço "abusivo", pois houve grande demanda. Alguém poderia dizer que enquanto sobrar um ingresso, preço estará caro... Aqui a coisa é discutível e muito relativa. Não temos como afirmar que apenas preço determina se pessoas vão ou não (um exemplo é o sócio, que, em tese, não paga ingresso avulso - pagará mensalidade indo ou não -  e opta por não ir).

Mas então porque sobra tanto ingresso? O problema não são os setores Gramado e Superior, mas sim as Cadeiras Gold (e os Camarotes, mas isto é um caso a parte). Ocupação ali, é inferior a 50%. São 8.800 lugares. Sendo otimista e considerando que há 60% de ocupação (aqui incluso sócios do setor), sobrariam 3.500 lugares. Ou seja, se formos considerar um jogo importante, com base nos números do ano passado, em que 25 mil ingressos são postos a venda e 20 mil são vendidos, vemos que grande parte deles são as cadeiras Gold. Aliás, ano passado, por exemplo, em jogos da LA, todos os ingressos dos outros setores foram vendidos, sobrando apenas a Gold. Portanto, se há uma grande problema no preço, ele não é geral e sim específico.

Mas por que estádio não lota (ou chega próximo disto)? Problema, na minha opinião, não é o valor dos ingressos (salvo a Gold, como expus acima). Problema é a falta de check in (ou out). Apesar de usarem histórico, é impossível acertar com exatidão número de sócios que irão. E mesmo com isto, trabalham com uma margem de segurança, para evitar surpresas  (média da LA é 19 mil sócios por jogo, mas trabalham com 25 mil vagas em jogos como ontem). Porém, como levantou o Martini, se sobram ingressos, mesmo com check in não lotaria... Depende. Com check in tu abriria mais vagas em setores com alta demanda. Sem resolver de fato a questão das Gold não lotará nunca, mas tu aumentaria, e muito, o público médio. Há um outro problema, a meu ver, que são setores que deveriam ser subdivididos.

Resumindo a minha opinião em alguns pontos:
- Ingresso até poderia ser um pouco mais barato, mas o preço de ontem não era absurdo;
- Reavaliação (para baixo) do preço dos ingressos terá que ser trabalhada junto com readequação das mensalidades, sob risco de enfraquecer quadro social;
- Ingresso caro é uma forma de incentivar associação (há novo plano de associação para ser lançado);
- Sem check in, seguiremos lutando para colocar 40 mil ;
- É preciso rever preço das cadeiras Gold (ou rever benefícios - estrutura) para quem vai;
- Em jogos de menor interesse (Gauchão e etc.) há sim que se buscar criar preços especiais, promoções e etc.;
- É preciso "bom senso" do torcedor. Se tá apertado de grana, há diversas opções de ingresso. Não dá pra querer ir no melhor setor e dizer que é caro, desconsiderando que pode assistir o mesmo jogo em setores mais baratos;
- Acredito que a capacidade da Arena foi superestimada, isto é, só teremos lotação completa em jogos em jogos de exceção (isto resolvendo questão do check in). Em jogos normais, por mais em conta que seja o ingresso, será difícil "criar demanda" (ao menos sem criar efeitos colaterais, tipo ingresso muito barato, desincentivado sócios).

O assunto é complexo e, infelizmente, não temos todos os dados para uma análise profunda (e acredito que mesmo com todos os dados, há situações de difícil análise). De qualquer forma vale o debate. Tem outras coisas a serem ditas, que esqueci ou vou deixar pra outra hora (não sou lá muito sucinto e objetivo como gostaria).

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Público momentos antes do jogo





Superior Oeste (Corner e Central) com poucos espaços

Superior sul praticamente lotada

Gramado Sul com bom público. Gold vazia.

Espaços nas laterais da inferior e superior. Cadeiras Gold vazias.
Fotos tiradas momentos antes do início do jogo. Público aumentou pouca coisa nos minutos seguintes.

-> Parabéns a direção (ou seja lá quem foi) que liberou as bandeiras na Geral, dá outro espírito ao estádio. Agora é voltar com as barras;
-> Gramado está muito melhor do que em 2013;
-> É uma vergonha a capacidade da Geral imposta pelas "autoridades". Cabe muito mais gente ali. É papel da da Arena POA pressionar por um aumento da capacidade.


15 comentários:

  1. Eu acho que erraram um pouco a medida sim Guilherme.

    A Geral tava folgada, mas tem a tal limitação da Brigada.

    As Gold tão vazias porque o preço é caro, tem que baixar, foda-se o Lucro o objetivo é dinheiro E pressão no adversário. O que vale mais? 180 sem ninguém ou 140 reais vendido?

    O Corner tava caro, visivelmente, ou talvez o que aconteceu é que a Gramado estivesse muito caro e ao verem que as Gramado estavam vazias as pessoas ocuparam os lugares do meio. Não seria mais lógico? Porque ficar no corner se tem um lugar no meio vazio e ninguém sentou?

    Acho que tem um erro aí em conta de 20,30 reais no peso das Gramado. Também no peso das Superiores não sócio, o mesmo das Gold.

    Se acertarem essa medida eles lotam assim como foi com LDU e os outros times da 1a fase ano passado, Huachipato, etc. Que mesmo com temporal meteu gente pra caramba.

    Tem uma margem de "problemas extra-campo", onde entra chuva etc, mas o fator Preço é fundamental.

    E ainda tem o custo do entorno né? Estacionamento, bebida, comida etc.

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    1. Lemos,
      Problema do "corner" é que pessoas 'migram' pro centro, se tiver lugar. Ali sempre vai ser onde vai ter mais espaço vazio. Por isto até acho que deviam criar uma separação (tipo eu, pago corner, mas se quiser vou pro centro - o que é errado, mania de brasileiro, tirar vantagem - eu não faço!). Uma separação resolve isto (fizeram do corner pro setor atrás do gol).

      Só que não dá pra confundir espaço vazio com apenas ingresso não vendido. Tem mais de 10 mil sócios (que não pagam ingresso) que não vão (e ontem este número deve ter sido um pouco maior).

      Estou batendo no ponto que gramado central e superior não eram caros, porque quase todos os ingressos foram vendidos (consulta que fiz ontem à tarde, às 15 hrs, mais ou menos). Eu sei que tem gente que acha que se 100% dos lugares não forem vendidos, quer dizer que pode ser mais barato. Mas vamos lá, vamos supor que se venda 90% do setor. Vale a pena baixar 10 ou 15% para lotar? Aliás. será que baixando só isto, lota (essa é a questão que não existe resposta exata e varia jogo a jogo)? Mais do que isto é perder dinheiro (ok, entendo fator pressão). São questões de difíceis respostas.

      A Gold sim tá cara, isso é indiscutível. Talvez não há público para pagar a "ideia" do lugar, ao menos não em jogos assim.

      A Geral é isso aí, com o limite imposto pelos Bombeiros, vai sempre parecer vazio. Tem 3.000 lugares sobrando e apertando dá mais.

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  2. Não precisamos ir além de ontem à noite na discussão, como eu disse que não precisaríamos. Deu trinta mil pessoas...

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    1. Ah! E deixa eu dizer mais uma coisa, e é SÓ o que vou dizer sobre esse assunto: eu entendo TODAS as argumentações sobre conforto, futebol estar sendo elitizado, futebol ser um negócio, mudança de paradigma e coisas do tipo.
      Só que, como SEMPRE, os "jênios da rassa" que administram a coisa esqueceram de um "detalhe insignificante": futebol é esporte DE POBRE! Quem gosta de futebol É O POBRE!
      Rico gosta de polo, golfe, iatismo, esportes de inverno e frescuradas do tipo.

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      Poderiam começar a difundir o críquete nas vilas! O mundo sempre está precisando de ideias "jeniais"...

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    2. 33 mil, com os poréns citados (se tu tava no Vale do Sinos sabe a chuva que caiu no final da tarde).

      Em Poa, das 18 às 22 hrs, a chuva deu trégua de uns 90 minutos só. Isso espanta todos, sócio e quem deixa pra decidir na hora. Sem a chuva ia bater uns 40 mil.

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      Concordo que seja esporte popular. Mas é preciso diferenciar, ter opção para todos. O que não dá, e nisso venho batendo desde ontem, é o cara com recursos limitados (e como disse, sou um deles, porque sou sócio no segundo lugar mais barato da Arena) querer ir no lugar mais confortável...

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    3. Beleza, Guilherme. Como eu disse, não vou discutir o assunto. Até porque dizer que "sem a chuva ia bater uns 40 mil" e querer que os outros aceitem o argumento, quando critica que os outros dizem que "com o ingresso mais barato ia bater em 50 mil" é dose para mamute!

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      Deu trinta mil pessoas. Ponto. Meu negócio é discutir O DESCALABRO, porque enquanto estou discutindo Arena e preço de ingresso, eles estão dando o Bressan, o Wendell, o Ramiro...

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    4. Se tu não entendeu que SEM CHECK IN não tem como bater 50 mil, mesmo com ingresso a 1 real, porque dos 29 mil sócios a média de comparecimento é 19 mil (isso em jogos importantes como da LA), paciência.

      Os 40 mil meus são (eram) um palpite. Os teus 50 são infundados, como venho dizendo desde ontem.

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    5. E é com ESSE tipo de argumentação que eu preciso me debater todos os dias...

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      Trinta mil...
      Vai um abraço, Guilherme!

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    6. Me diga onde está o furo na minha argumentação?

      E me explica, por A + B, como é possível a culpa da Arena ter ficado 22 mil abaixo da capacidade pode ser dos DEZ (10) mil ingressos não vendidos.

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    7. Trinta mil...
      Vai um abraço, Guilherme!

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  3. Só uma observação.
    O fator chuva não está menos importante já que grande parte dos lugares está coberto?

    Quanto à capacidade da Geral, além da implicância da Brigada, há muito tempo levantei o fato de que com isso conseguem diminuir a capacidade do estádio, possivelmente para que fique menor do que o Beira-Rua [não sei como ficou este depois do remendo].

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    1. Martini,
      A chuva não atrapalha no estádio, salvo algumas fileiras no primeiro anel, se tiver muito vento (ontem as cadeiras oeste tiveram umas 10 fileiras molhadas). Mas isto é mínimo, creio que menos que 5% do estádio.

      O problema da chuva é que afasta o torcedor pelo fato do deslocamento, caos no transito, acesso ao estádio, não poder ficar ali no entorno aproveitando o "clima"... Por exemplo, tenho uns 10 amigos sócios de Lajeado, 8 iam no jogo... Às 18 hrs, quando iam sair, 4 desistiram, pois caía o mundo. De 8, foram 4... E se isto afeta sócio, imagina aquele torcedor que vai e compra ingresso na hora (venda na hora corresponde a 25% dos ingressos vendidos, em média)...

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    2. Em relação ao fator ANTES tens toda razão, Guilherme.
      O torcedor [inclusive Sócio] chega e tem que ficar NA RUA, sem nada para fazer e sem nenhum conforto [nem banheiro tem] até que resolvam abrir o estádio.
      Aí é de desistir mesmo.
      Esquecera desse detalhe.

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    3. Martini,
      É por isto que defendo que a Arena seja inteligente e use toda aquela esplanada para bares, estruturas e etc. É um desperdício aquela esplanada existir apenas para circulação.

      E seu que este assunto está em estudo, inclusive liberação da venda de bebidas ali em cima (o que dependerá, também, do poder público, aí sabemos que coisa complica...).

      A propósito, começo esta semana locação das áreas comercias internas por uma imobiliária de POA (D Legend). Inclusive teve anúncio de uma página da ZH. Sinal que há sim alguma evolução... Devagar, mas...

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